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domingo, 10 de abril de 2011

U2 arrebata o Morumbi no primeiro show da turnê '360°' em São Paulo



SÃO PAULO - Poucos minutos antes da abertura dos portões, tudo seguia como esperado ao redor do estádio do Morumbi. Jovens em vigília há dias se punham de pé e em fila na esperança de conseguir o melhor lugar possível na plateia, camelôs agitavam e vendiam souvenirs e ambulantes hidratavam gargantas sedentas para botar de vez suas vozes para fora. Do lado de dentro, no entanto, uma grande diferença se impunha: uma monumental estrutura de palco fincando suas quatro enormes garras no gramado. Era o sinal e o símbolo da dominação global que o U2 comanda desde 2009 com a turnê "360°", que depois de circular por 30 países aterrissou em São Paulo neste sábado.

Eram 21h30m quando os ponteiros de um relógio estampado num telão foram para os ares, indicando o que todos aguardavam desde a última apresentação da banda no país, em 2006. Logo depois, o sistema de som que fazia ecoar pelo estádio "Space oddity", de David Bowie, se calou. As luzes se apagaram, e um imenso telão cilíndrico formado por painéis interligados de LED revelaram Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. caminhando para o palco. A postos, atacaram com "Even better than the real thing", do álbum "Achtung baby" (1991), emendando com "I will follow", primeira faixa e single do álbum de estreia do grupo, "Boy" (1980). Logo depois, os riffs pesados e dançantes de "Get on your boots" se juntaram aos solos sensuais e nostálgicos criados por The Edge para "Magnificent", um dos destaques do último disco do grupo, "No line on the horizon" (2009).

Bono Vox e Adam Clayton no show realizado no estadio do Morumbi.Foto Marcos Alves /Agencia O Globo.

Bono Vox comanda o show realizado no estadio do Morumbi.Foto Marcos Alves /Agencia O Globo.
Daí para frente teve de tudo que um show do U2 oferece como arte e entretenimento, lição de vida e de business: Bono se debatendo no ar, cantando no chão, se pendurando num cabo de aço, chamando uma menina da plateia e pedindo que ela lesse um trecho de "Carinhoso", de Pixinguinha, assim como suas corridas olímpicas pela pista circular que envolve o palco entoando hits como "Elevation", "Vertigo"", "Mysterious ways" e "I still haven't found what I'm looking for", pinçada da máquina de hits "The Joshua tree" (1987) - o álbum mais vendido da banda, com mais de 25 milhões de cópias ao redor do globo, rendeu ainda "Where the streets have on name" e "With or without you".

O ativismo político e social também esteve presente no show, fosse nos telões com imagens de guerra para ilustrar clássicos como "Sunday bloody sunday", como também no discurso de Bono, que prestou um tributo a líder opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, lembrou do encontro que teve com a presidente Dilma Rousseff ao longo da última semana, em Brasília, e homenageou as vítimas do atentado ocorrido na escola Escola Municipal Tasso de Silveira, em Realengo, com a bela "Moment of surrender", tirada de "No line on the horizon" (2009).

Em duas horas de apresentação, o grupo tocou 23 músicas. E mostrou que o poder de fogo no palco continua tão intacto quanto a facilidade em fazer com que as suas novas canções soem instantaneamentge como antigos clássicos. Numa noite que teve como show de abertura o poderoso trio Muse, o U2 mostrou entrega e profissionalismo em igual medida, equação que sustenta uma performance irrepreensível e uma banda que ainda tem fôlego de sobra para se manter no topo do universo da música pop.

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